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Mostrando postagens de 2023

La La Land: Cantando Estações

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Nota: 8/10 Pra mim, uma das melhores (se não a melhor) coisa sobre  La La Land é o seu desfecho. Marcante, único e original, ele encerra o musical com chave de ouro. É claro que as músicas e coreografias, bem como as performances do casal protagonista também elevam a qualidade técnica do longa, mas o competente e jovem diretor Damien Chazelle acerta demais em sua cena de fechamento, que confesso já ter assistido algumas vezes. Damien é um amante da música e depois da obra-prima Whiplash: Em Busca da Perfeição , ele tinha passe livre em Hollywood para fazer o que quisesse, e resolver ousar num musical. Como um musical romântico recente, o filme é primoroso por homenagear e resgatar a magia dos grandes clássicos do gênero. Na trama, acompanhamos a trajetória de Sebastian (Ryan Gosling), um pianista de jazz, e Mia (Emma Stone), uma aspirante a atriz. Os dois se encontram e se apaixonam enquanto buscam realizar seus sonhos e crescer em suas carreiras. Sebastian sonha em abrir seu próprio c

Tio Frank

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Nota: 7,5/10 Divertido e tocante, Tio Frank é produzido pela Amazon Studios. O filme se passa nos anos 70 e acompanha a história de Frank Bledsoe (Paul Bettany), um professor de literatura em Nova York que já vive há decadas longe dos familiares, pois deixou cedo sua vida na cidadezinha pacata de Creekville, na Carolina do Sul, onde morava com os pais e irmãos. Sua vida é transformada quando sua sobrinha, Beth (Sophia Lillis), ingressa na faculdade que ele leciona e descobre um segredo que o tio escondia: Frank é gay, mas manteve sua orientação sexual em segredo de sua família extremamente conservadora do sul. Quando Frank é forçado a voltar para casa para o funeral de seu pai, ele é confrontado por seu passado e as complexidades de manter sua verdadeira identidade em segredo. Tio Frank recebeu elogios por suas performances, especialmente a de Paul Bettany, mas também destaco as atuações da promissora jovem Sophia Lillis, que interpreta sua sobrinha, e de Peter Macdissi, seu parceiro

Filhos da Esperança

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Nota: 9/10 Considero o mexicano Alfonso Cuáron um dos diretores mais diferenciados de sua geração. Especialmente em Roma , Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban  e em Gravidade , o diretor mostrou sua forma única de contar histórias, bem como seu realismo e profundidade nos temas abordados. Aqui em Filhos da Esperança , para mim sua melhor obra, temos uma mensagem forte e impactante em que é praticamente impossível não se comover. Adaptado do romance homônimo de P.D. James e ambientado em um futuro sombrio e pessimista, o filme mergulha os espectadores num mundo caótico em que os problemas sociais ecoam e um grande mal assola a humanidade: a ameaça de extinção, pois há quase duas décadas há uma infertilidade global, onde nenhuma mulher consegue mais conceber. Theo Faron (Clive Owen),é um trabalhador qualquer que está desencantado com o rumo que o mundo tem levado. Contudo, sua vida toma um rumo inesperado quando ele é recrutado para proteger uma mulher que miraculosamente conseguiu e

Relatos Selvagens

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Nota: 9/10 Relatos Selvagens é um filme totalmente diferente de tudo o que você já viu. O cinema argentino sempre demonstra muita qualidade em algumas obras, e nessa, atinge um nível de excelência ímpar. A obra é do tipo que você não consegue acreditar no que está presenciando e fica totalmente incomodado com o que está vendo em tela, como o que acontece com Whiplash ou Corra! , por exemplo. O filme é uma coleção de seis histórias independentes, cada uma explorando temas de vingança e comportamento humano extremo.  Cada uma dessas histórias apresenta personagens que são empurrados até o limite e respondem de maneiras chocantes e violentas. "Relatos Selvagens" é conhecido por seu humor negro, seu retrato satírico da sociedade e sua exploração das explosões de raiva e violência que ficam reprimidas nas pessoas. O filme recebeu aclamação da crítica e foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Engraçado, violento e memorável,  Relatos Selvagens é uma obra obrigatória p

O Sacrifício do Cervo Sagrado

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Nota: 8,3/10 Colin Farrell é um dos meus atores favoritos. Ele tem uma especialidade em assumir papéis de personagens extravagantes com maestria, como em sua outra colaboração com o diretor grego Yorgos Lanthimos, em O Lagosta , outro grande filme. O Sacrifício do Cervo Sagrado  também é dirigido por Lanthimos e tem Colin Farrell e Nicole Kidman nos papéis principais, mas outro ator que rouba a cena (mais que Kidman, por sinal), é Barry Keoghan, excelente ator irlandês, que tem despontado desde o papel. Podemos citar Eternos , ele é praticamente a única coisa que se salva no longa chocho da Marvel, e Os Banshees de Inisherin , que lhe rendeu uma justa indicação ao Oscar. Só acho que podem utilizar o jovem ator em papéis um pouco diferentes, ele sempre tem se saído muito bem interpretando personagens com distúrbios mentais (seu próximo papel nas telonas será o de Coringa, na franquia com Robert Pattinson), mas consigo ver nele um ator multifacetado, que se sairá bem em diferentes papéis

Caché

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Nota: 8,5/10 Amo esse filme, ele é simplesmente incrível. Aqui, o renomado diretor austríaco Michael Haneke entrega uma de suas melhores performances.   A história gira em torno de Georges Laurent (Daniel Auteuil), um apresentador de TV prestigiado, e sua esposa Anne (Juliette Binoche), que levam uma vida aparentemente normal e feliz com seu filho adolescente. No entanto, essa tranquilidade é abalada quando eles começam a receber uma série de misteriosas fitas de vídeo deixadas anonimamente no seu pátio de entrada. As fitas mostram gravações da fachada da casa e, à medida que Georges e Anne assistem, percebem que estão sendo observados por alguém desconhecido. À medida que mais fitas são entregues, o casal fica cada vez mais perturbado e ansioso para descobrir a identidade do desconhecido e suas intenções. Enquanto Georges tenta resolver o mistério, segredos de seu passado começam a vir à tona, e a tensão entre ele, sua esposa e filho aumentam enquanto o filme explora temas como culpa,

O Babadook

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Nota: 7,8/10  O Babadook  é um terror psicológico australiano extremamente criativo, que mistura comédia e drama de uma forma bem interessante. Se tornou um clássico do gênero não por acaso. Não temos uma palavra que corresponda a essa, em português: mas o filme é muito, muito "creepy". A história acompanha Amelia, uma mulher viúva que luta para lidar com a morte de seu marido, morto em um acidente de carro enquanto levava Amelia ao hospital para dar à luz ao filho, Samuel. O filme se passa seis anos após a tragédia, e Amelia ainda está profundamente afetada pelo luto, enfrentando dificuldades para criar seu filho, Samuel, que é uma criança problemática e acredita na existência de monstros. A relação entre mãe e filho é tensa, com Amelia mostrando dificuldades em expressar afeto e aceitação para com o menino. A vida da família começa a tomar um rumo assustador quando Samuel escolhe um livro de histórias para ler antes de dormir. O livro revela uma história sombria sobre um mo

Encanto

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Nota: 8/10 Para mim, Encanto adquiriu o status, até então, de melhor filme da Disney lançado recentemente. Explica-se: a Walt Disney Studios tem errado amargamente em suas últimas produções (vou refrescar sua memória com dois exemplos: Lightyear  e Mundo Estranho ), seja no mundo das animações, de Star Wars, ou até mesmo nas franquias da Marvel, poucas coisas tem se salvado. Eles também têm conseguido a façanha de estragar os próprios desenhos clássicos com live-actions sem sal nem açúcar, como o recente Pinóquio , com Tom Hanks, e Peter Pan e Wendy , com Jude Law assumindo o papel do infame Capitão Gancho. Me parecem, todos esses, filmes esquecíveis feitos com pressa e sem muito esmero para preencher o catálogo do streaming da empresa. Uma pena.    Mas vamos falar do excelente filme ao qual escrevo:  Encanto , por sua vez, indo na contramão da falta de criatividade recente da casa do Mickey, consegue trazer todos os elementos que fizeram da Disney um sucesso tremendo: uma personagem

A Menina Silenciosa

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Nota: 9/10 Gente, que filme encantador! Uma joia rara! De uma sensibilidade, humanidade e delicadeza tremendas. E ah! Para quem tem filhos (ou pretende ter) é altamente recomendável! Neste primoroso longa irlandês, acompanhamos de perto a história de Cáit, uma menina de 9 anos (Catherine Clinch, que atuação cativante desta jovem atriz!) que é estranhamente quieta (sua personalidade não passa despercebida na escola, onde é alvo de bullying e chacota) e negligenciada pela família, que é totalmente desestruturada. Quando a garota recebe a notícia que irá passar as férias de verão na casa de tios que não conhece, fica preocupada, mas chegando ao local, seu comportamento tímido começa a mudar ao ganhar todo o amor e cuidados que nunca recebera em sua vida.  Assim como em seu título, A Menina Silenciosa é repleto de momentos em que as imagens falam por si só, e os personagens se comunicam em silêncio. Os sentimentos transmitidos nesses momentos são tão palpáveis que é como se pudéssemos toc