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Mostrando postagens de janeiro, 2020

Nós

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Nota: 7/10 Adelaide (a vencedora do Oscar Lupita Nyong'o) sofreu um trauma quando criança num parque de diversões instalado à beira da praia, e prometeu a si mesma nunca mais voltar ao local. Seu esposo Gabe (Winston Duke) insiste em passar as férias da família numa casa de praia onde houve o ocorrido, e ela aceita de forma relutante o convite. Mas as coisas começam a sair do controle quando surge na porta de sua casa uma família semelhante a sua, que clama que eles são, na verdade, uma outra versão deles mesmos. Da mente visionária de Jordan Peele, Nós é cheio de simbolismos: cabe assisti-lo com atenção para tentar captar alguns. Mas a mensagem principal do filme é de como a discriminação que a sociedade atual faz das pessoas acaba fazendo com que muitos comam as migalhas, no subsolo, daqueles que estão no primeiro andar. Vemos também críticas do posicionamento hostil do governo americano em relação aos mexicanos, de maneira irônica, mas ali. Nós não chega a entreter no mesm

Bacurau

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Nota: 9/10 Quando um dos moradores de Bacurau, cidadezinha no interior de Pernambuco, descobre que ela inexplicavelmente saiu do mapa, as coisas começam a ficar estranhas. Primeiro, são avistados drones sobrevoando o povoado; depois, surge um casal forasteiro com motos de trilha, que intimida os munícipes. E, por fim, a coisa fica ainda mais feia quando alguns dos moradores começam a ser misteriosamente assassinados. Aí é quando Pacote (Thomas Aquino) decide acionar Lunga (Silvero Pereira), um bandido foragido da polícia que é fruto da cidade, para ajudar os cidadãos a bolar um plano para descobrir de uma vez por todas quem são esses invasores, e o que eles querem em Bacurau. Temos aqui um filme magnífico realizado por Kleber Mendonça Filho (de Aquarius ) e Juliano Dornelles. Gosto de como Kleber começa suas obras com músicas impactantes e que corroboram com o desenvolvimento do longa. Sônia Braga apesar do pouco tempo em tela também não passa despercebida, mas os grandes destaque

A Mula

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Nota: 7,8/10 Earl Stone (Clint Eastwood) é um homem octogenário que se dedicou tanto ao trabalho como horticultor que esqueceu sua família pelo caminho. No final, ele vê que todo o prestígio, respeito e admiração que as pessoas tinham por ele não valiam mais nada, e as pessoas que realmente importavam alguma coisa já estavam há quilômetros de distância. Tentando desfazer os erros do passado e se aproximar da filha, Earl aceita um trabalho aparente simples: precisa apenas dirigir, levando uma mercadoria de um ponto até outro. Assim, ele pode acumular um bom montante que planeja doar para o casamento da neta. Apesar do dinheiro ser muito bom, o problema reside no fato de que o trabalho de Earl é de transportador de drogas para um cartel mexicano. E quanto mais requisitado ele se torna entre os motoristas do tráfico, mais a polícia está em seu encalço. Longa excelente. Sou fã de carteirinha de Clint Eastwood, nem posso falar muito. "The Mule", 2018, 1h56m. Dirigido por

Homem-Aranha no Aranhaverso

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Nota: 7,5/10 Quando comecei a ver o pessoal falando que Aranhaverso era o melhor filme do Teioso feito até hoje, fiquei, pelo menos, muito curioso para assistir. Apesar de considerar  Homem-Aranha 2 de Sam Raimi o mais marcante e um dos melhores filmes de super-herói já feitos, tenho que admitir que Homem-Aranha no Aranhaverso é muito bom e capta toda a molecagem que existe nos quadrinhos do Amigão da Vizinhança. Miles Morales é um garoto que vive uma vida normal até ser picado por uma aranha radioativa, e se torna o Homem-Aranha em sua realidade dimensional. Mas Miles descobre que existem várias outras versões do Aracnídeo em realidades diferentes da sua (como o Porco-Aranha, por exemplo... É hilário), e todos eles estão incumbidos de proteger os universos onde vivem. Mas quando surge uma ameaça que pode arruinar todo o multiverso, eles precisam se unir para tentar destruí-la. 

Joias Brutas

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Nota: 7/10 Adam Sandler está espetacular neste suspense alucinante... Você não leu errado não: é o comediante Adam Sandler no papel principal, e é um filme de suspense. E ele está muito bem, por sinal. Uma baita sacanagem ele não ter figurado entre os indicados ao Oscar! Nós sabíamos que suas chances seriam ínfimas contra o Coringa de Joaquin Phoenix, mas apenas pelo prazer de ver sua indicação já valeria a pena. Mas a Academia é cafona como sempre... Adam inclusive brincou em entrevista que, se não ganhasse este Oscar, iria fazer um filme muito ruim para se vingar (neste caso, ele estava se referindo a Gente Grande 3 . Então é melhor os fãs do ator se prepararem, pois pode vir uma comédia "muito ruim" por aí...) Os irmãos Josh e Ben Safdie são os caras do momento: eu já tinha falado deles em seu outro filme, Bom Comportamento , onde dirigiram Robert Pattinson aqui:  http://www.roldefilmes.com.br/2020/01/bom-comportamento.html . Os Safdie tem se mostrando especialista

Parasita

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Parasita é um soco no estômago. E bem dado. Assim como na mais recente obra de Jordan Peele, Nós , temos como pano de fundo as diferenças sócio-econômicas e sua presença e crescimento longitudinal em âmbito global. Num mundo capitalista como o que estamos inseridos, a película se encarrega de mostrar que as classes sociais guardam diversos pré-conceitos entre si sendo que o dinheiro, ou a ausência dele, não determina quem você realmente é. A abordagem premiada com o Oscar de Melhor Filme - um feito histórico, já que o longa sul-coreano se consagrou como o primeiro em língua não-inglesa a levantar a estatueta - enfoca que nem os ricos são considerados mocinhos, nem os pobres são considerados coitados. A categórica premissa de que é preciso haver pobreza para que a riqueza possa se sustentar é levada a extremos na alegoria do talentoso Bong Joon-ho (responsável pelos excelentes Mother - A Busca Pela Verdade e O Hospedeiro ), que evidencia o fato da parcela mais carente da populaçã

O Último Caçador de Bruxas

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Nota: 6/10 Kaulter (Vin Diesel) é um caçador de bruxas que, devido a uma maldição, se tornou imortal. Desde as eras medievais protegendo a humanidade juntamente de outros caçadores, mas condenado a ficar para sempre sobre a Terra, chega um momento em que ele é o último que sobrou. Quando uma ameaça ronda novamente vir do submundo, Kaulter terá que combinar todas as suas forças para derrotar a bruxa mais temível de toda a história: "A Bruxa Rainha" (Julie Engelbrecht). Já vale a pipoca por ser o Vin Diesel, e num papel que não é Velozes e Furiosos , pois o ator não precisa viver de um filme só. O Último Caçador de Bruxas está longe de ser um filme perfeito, história bem arquitetada e tudo mais, mas   é entretenimento certeiro para filmes de ação, combinando uma boa dose de fantasia e aventura. Mais uma vez: Vin Diesel já vale a pipoca!

Como eu Era Antes de Você

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Nota: 7/10 Lou Clark (Emilia Clarke) é uma moça humilde que está em busca de um emprego logo após ter sido demitida. Ela encontra uma oportunidade para cuidar de Will Traynor (Sam Clafin), um homem que sofreu um acidente que o deixou tetraplégico. Lou aceita o emprego pelo bom salário, mas está a ponto de desistir pois Will se mostra um homem arrogante, extremamente amargurado pelo que lhe sobreveio, e que não deseja muita ajuda. Mas a doçura de Lou começa a trazer alguma razão para a vida do rapaz, que ele já não achava há muito tempo. Apesar do livro que inspira o filme já ser uma história clichê, ele é desenvolvido de maneira muito agradável, com uma belíssima fotografia, uma atuação bem encaixada da Emilia Clarke, e a trilha sonora... Ah, a trilha sonora... Talvez o maior mérito do filme. Você praticamente sai levitando no momento que começa a tocar "Photograph", do Ed Sheeran. A música-tema combinou perfeitamente com o longa-metragem. Me Before You, 2016, 1h46m. D

Versões de um Crime

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Nota: 7/10 Revisitando o papel que o consagrou em O Advogado do Diabo , Keanu Reeves interpreta Richard Ramsey, um advogado de defesa que trabalha para inocentar seu cliente Mike (Gabriel Basso), um adolescente acusado de ter assassinado o próprio pai. Apesar de confessar ter cometido o crime, evidências que mostram o tipo de homem que o pai do garoto era começam a aparecer. Enquanto Ramsey se utiliza destes indícios para absolver seu cliente, começa a descobrir que a mãe do garoto, Loretta (Renée Zellweger), está tentando acobertar vários vestígios fundamentais a investigação. Bom filme de tribunal, Keanu Reeves sustenta a trama por si só com facilidade, e o clima de suspense bem instaurado é notado por toda a projeção. "The Whole Truth", 2016, 1h33m. Dirigido por Courtney Hunt, com Keanu Reeves, Renée Zellweger e Gabriel Basso.

Bom Comportamento

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Nota: 7/10 Josh e Ben Safdie são irmãos, diretores de filmes independentes. Grave o nome deles, pois você vai ouvir mais desses dois. Em seu filme Bom Comportamento distribuído pela A24 (se você não conhece esta companhia, dê uma googleada! Os caras só distribuem filmes totalmente originais que provavelmente são descartados pelas grandes produtoras), temos um thriller interessante. Por ser um "filme B" (quando uso este termo me refiro a filmes baratos e pouco comercializáveis) provavelmente você nunca ouviu falar dele. Mas ele ganhou destaque no Festival de Cannes, e chamou a atenção de muitos críticos. Estrelando: Robert Pattinson. O ator resolveu não se entregar ao caminho fácil de ir pelas grandes produções que rendem bilheterias astronômicas após protagonizar Crepúsculo , e decidiu começar a participar de obras mais autorais. O resultado é uma mudança total de reputação sobre sua atuação, e uma demonstração de maior maturidade adquirida em tela. Na trama, Constantin

A Paixão de Cristo

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Nota: 8/10 Mel Gibson alertou o ator Jim Caviezel do fato de que, ao aceitar fazer o papel de Jesus Cristo no novo filme em que ele estava preparando, a vida do ator iria andar pra trás em Hollywood. Pode-se dizer que Gibson fez uma profecia. Mas Caviezel não estava aparentemente muito preocupado com isso. Aceitou o fardo de um papel que tinha o potencial para gerar enorme polêmica como se já estivesse predestinado a fazê-lo. Nos tornamos testemunhas oculares das últimas 12 horas da vida de Jesus de Nazaré na mortalidade. Vivenciamos de maneira intensa todo o sofrimento, rejeição e humilhação suportadas pelo Filho de Deus para que pudesse terminar na cruz os seus preparativos pelos filhos dos homens. Vale lembrar que o filme é todo falado em aramaico e latim, línguas usadas na época de Jesus, trazendo ainda mais fidelidade aos fatos. A entrega de Caviezel no papel, de Mel Gibson na direção, e de toda a equipe envolvida entrega um filme memorável e que não pode deixar de ser ass

Fome de Poder

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Nota: 8/10 Anos 50. Ray Kroc (Michael Keaton) é um vendedor ambicioso que fareja uma boa oportunidade há milhares de quilômetros, e adora assumir riscos a fim de faturar com isso. Tendo entrado num novo negócio de mixer de milk-shakes, Ray começa a sofrer com a queda brusca de vendas próximo de seu aniversário de cinquenta anos.  No entanto, um restaurante no interior da Califórnia encomenda subitamente oito de suas máquinas. Intrigado com a enorme quantidade solicitada, Ray resolve entregá-las pessoalmente, e se depara com uma pequena lanchonete administrada por dois irmãos humildes e dedicados.  Apesar de modesta, o movimento gigantesco e o inteligente modelo de negócio chamam sua atenção: não havia lugares para as pessoas se sentarem, era "pegar e sair", o menu era bem simples se resumindo a hambúrgueres, fritas, sucos e milk-shake, e tudo ficava pronto em menos de um minuto. Os dois irmãos haviam trabalhado com todo o afinco para que sua lanchonete reduzisse custos e temp

O Lado Bom da Vida

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Nota: 7/10 Embora ela própria não se achasse merecedora por ser tão jovem, e por ter concorrido com atrizes competentes como Jessica Chastain e Naomi Watts, Jennifer Lawrence ganhou o Oscar de melhor atriz pela comédia dramática  O Lado Bom da Vida . Mas ela ganhou exatamente por um motivo: pela simplicidade com que atuou. Sua personagem, Tiffany, é cheia de tonalidades: é desengonçada, amargurada, alheia a sua própria beleza, e um tanto maluquinha: um retrato tão objetivo que poderíamos encontrar com facilidade várias Tiffanys da vida real. Na história, Pat (Bradley Cooper) foi parar num sanatório após atacar violentamente o amante de sua mulher. Meses depois ele sai da clínica, já separado, mas procurando maneiras de reconquistar o amor da ex-mulher. No meio do caminho, acaba por conhecer Tiffany, e nota que a vida da moça é uma bagunça total assim como a dele, mas os dois acabam percebendo que no alto de suas imperfeições podem acabar se tornando um complemento útil um para o o

Jumanji

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Nota: 9/10 Nada de The Rock, Jack Black, ou Kevin Hart... Jumanji bom é o Jumanji original! Alan encontra um misterioso jogo chamado "Jumanji". Numa noite começa a jogá-lo com uma amiga, Sarah. Mas mal sabiam eles que Jumanji se trata de um jogo de tabuleiro sobrenatural, que acaba transportando o pobre rapaz para uma floresta, e o obrigando a ficar lá até que alguém consiga tirar um 5 ou um 8 nos dados. Totalmente traumatizada, a garota foge da casa e por anos se fechou num casulo emocional, nunca mais conseguindo falar sobre o ocorrido com ninguém, enquanto o menino é dado como desaparecido pela polícia local. 26 anos depois, duas crianças encontram e jogam novamente o jogo, acabando por libertar Alan, agora adulto (Robin Williams). Mas não é só Alan que sai do jogo, outras criaturas monstruosas da floresta vêm junto, causando um caos total na cidade. Agora, a única maneira de reverter tudo isso é conseguindo terminar e vencer o jogo. Jumanji, 1995, 1h44m. Dirigido por

A Árvore da Vida

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Nota: 8/10 Um dos mestres do cinema, Terrence Malick entrega aqui uma obra distinta e de grande sensibilidade artística. A Árvore da Vida é um filme atípico: ele se comunica muito mais por imagens do que por falas. É importante que o espectador esteja ciente desta premissa para não se decepcionar durante sua exibição. A fotografia e a trilha sonora se combinam de maneira agradável, o trio Brad Pitt, Jessica Chastain e Sean Penn levam a tela tudo o que precisava ser retratado de maneira sóbria, e as crianças também merecem seu crédito poe terem feito um bom trabalho. Jack (Sean Penn) lembra com compaixão de tudo o que viveu em sua infância, no Texas. Enquanto enxergava o pai (Brad Pitt) como um homem grosseiro e de comportamento estranho, tinha a mãe (Jessica Chastain) como a personificação do amor. As diferenças dos pais e sua consequente influência na criação dos filhos, aliado a uma dura lembrança de uma tragédia familiar rondam incessantemente a vida de Jack, enquanto ele nota

O Fim da Escuridão

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Nota: 8/10 Neste excelente filme noir, Emma Craven (Bojana Novakovic), uma ativista política, é brutalmente assassinada na porta de sua casa. O seu pai, o policial Thomas Craven (Mel Gibson), acredita que ele era o verdadeiro alvo, e mergulha numa investigação para encontrar os responsáveis pelo homicídio. Nesta luta para descobrir a verdade, Thomas descobre que sua filha estava envolvida numa teoria conspiratória e sabia de algumas informações que podem ter custado a sua vida. Adaptado de uma série dos anos 80, O Fim da Escuridão oferece Mel Gibson no que ele faz de melhor, e Martin Campbell dirigindo um filme de ação maduro, violento e cheio de tensão. Muito bom. "The Edge of Darkness", 2010, 1h57m. Dirigido por Martin Campbell (007-Casino Royale), com Mel Gibson, Ray Winstone, Danny Huston.

Não Aceitamos Devoluções

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Nota: 8/10 Valentim (Eugenio Derbez) é um homem mulherengo e desregrado que não quer saber de nada além de curtir a vida adoidado. Um belo dia bate à sua porta um de seus antigos affairs, Julie (Jessica Lindsey). A mulher coloca uma linda bebezinha em seus braços e fala que precisa ir até o carro pegar alguma coisa; porém, minutos depois, Valentim percebe que foi vítima de um golpe: a misteriosa mulher fugiu, e lhe deixou com o bebê. A única informação junto da criança é uma carta, informando que ela é sua filha. A partir deste acontecimento, a vida de Valentim dá um giro de 360 graus: de indivíduo beberrão ele se transforma num trabalhador responsável e pai exemplar. O único problema é que, anos depois, após a menina ter recebido uma excelente criação e o elo entre Valentim e sua filha estar tão forte, Julie entra na justiça requerendo a guarda da menina. Você vai rir, chorar, e rir mais um pouco! O mexicano Eugenio Derbez é um artista carismático e multitalentoso, desta vez ele t

Podres de Ricos

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Nota: 8/10 Ninguém aguenta mais ver sempre as mesmas coisas na tela. As fórmulas manjadas de Hollywood estão se esvaindo, e até os grandes estúdios estão percebendo. Partindo desse pressuposto, foi uma grande sacada da Warner Brothers adaptar o best-seller de Kevin Kwan, que se ambienta na China, e só tem atores asiáticos em seu elenco. Na trama conhecemos Rachel, moça de origem chinesa que mora em Nova York há anos, pois sua mãe veio tentar uma vida melhor no local. Ela começa a namorar com Nick, que a convida para uma festa de casamento em Cingapura. Ao chegar lá, Rachel descobre que Nick vem de uma tradicional e riquíssima família chinesa, e que o rapaz nunca revelou isso a namorada pois quer alguém que o ame pelo que realmente é, e não pelo que tem. Porém, a mãe de Nick não gosta nenhum pouco do novo relacionamento do filho, pois considera que uma moça que não descenda de família tradicional e que seja de classe pobre pode arruinar a reputação e até a carreira do filho. Pod