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Mostrando postagens de dezembro, 2020

Creep

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Nota: 7,5/10 Filmes no estilo câmera na mão podem ser surpreendentes caso tenham um roteiro esperto e desempenhos genuínos e naturais. Felizmente, Creep possui os dois, tornando a suposta filmagem caseira estilo documentário muito interessante e tensa o suficiente para prender o espectador na poltrona. O filme é bem curto, menos de 1 hora e vinte minutos, mas o incômodo crescente que ele causa nos engana, dando a impressão que o filme demora pra passar. Mas não leve a mal meu comentário: o incômodo não é negativo. Apesar de desconfortável e estranho ter de lidar com ele, faz parte dos ingredientes que tornam a produção bem sucedida. Creep foi um longa de baixo orçamento dirigido por Patrick Brice, contando apenas com o próprio Patrick Brice e Mark Duplass no elenco. É uma mistura de suspense, terror e comédia, com sacadas inteligentes e inesperadas, enganando o espectador e entregando bem pouco dos detalhes, para instigá-lo a continuar atento a cada minuto.  Aaron (Patrick Brice) é um

O Homem de Lugar Nenhum

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Nota: 7,9/10 O Homem de Lugar Nenhum é o John Wick coreano. Intenso, sombrio e com lutas muito bem coreografadas, é um prato cheio para os fãs de ação.  Na trama conhecemos Cha Tae-sik (Won Bin) um homem quieto e solitário que vive num apartamento de subúrbio. Quando traficantes de órgãos sequestram uma mãe solteira, a vida da sua filha também corre perigo, e Cha Tae-sik é uma única pessoa a quem a garota pode recorrer. Daí em diante, ele entra num jogo de gato e rato com os traficantes, que descobrem que o misterioso homem levou a situação para o lado pessoal, e possui um passado tão violento e sangrento que não tem mais nada a perder. Ajeossi, 2010, 1h59m. Dirigido por Jeong-beom Lee, com Won Bin, Sae-ron Kim e Tae-hoon Kim.    

Capitão Fantástico

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Nota: 7,5/10 Apesar de não ser superior ao excelente Pequena Miss Sunshine , este road movie tem sacadas interessantes, emociona e diverte. Viggo Mortensen rouba a cena e as crianças também fazem sua parte para cativar. A premissa também é bem interessante e cativante, só achei que o filme foi um tanto superestimado. PS: tem uma cena bem tocante no final, que é a mais adorável do filme... Ben (Viggo) vive com sua esposa e seus seis filhos em algum lugar nas florestas, bem isolado da sociedade. Eles têm uma casa simples e vivem um estilo de vida minimalista, usufruindo da vida na natureza e adotando uma forma de educação diferente da que estamos acostumados, mas repudiada pelos familiares de sua esposa, que acusam-no de tê-la afastado de casa para viver uma vida considerada desumana. Mas um inesperado acontecimento vai fazer com que Ben tenha que se reintegrar a sociedade e o choque de realidades é instantâneo. Captain Fantastic, 2016, 1h58m. Dirigido por Matt Ross, com Viggo Mortensen,

A Separação

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Nota: 8,5/10 Uma separação abrange muito mais do que as duas pessoas envolvidas no processo de divórcio. Envolve os filhos, os outros familiares, e muitas outras complicações. Sob a ótica do excelente diretor iraniano Asgar Farhadi, vemos o quão doloroso e difícil pode ser quando um casal decide que o amor acaba; ou que não vão mais tentar nutri-lo. Mais recentemente, a Netflix também lançou um filme sobre o tema, História de um Casamento , com Adam Driver e Scarlett Johansson. Mas apesar da profundidade vista na atuação da dupla, A Separação é superior pelo desenvolvimento do enredo, e pela forma com que apresenta e trata seus acontecimentos. A trama que começa simples ganha contornos cada vez mais emblemáticos conforme o tempo passa; e apesar de ser um filme dramático e lento, em nenhum momento nos sentimos cansados em meio a projeção, tamanho o domínio de condução de cada ato. O final é digno da obra e nos emociona após tudo o que vivenciamos juntamente com os personagens. A Separaç

Sniper Americano

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Nota: 8,2/10 "Estou pronto para encontrar meu Criador e responder por cada tiro que dei". Esta é uma das falas de Chris Kyle, considerado o atirador de elite mais letal dos Estados Unidos. O filme inspirado em sua vida faz jus a sua incrível história, e marca uma sensacional colaboração entre Clint Eastwood e Bradley Cooper. O filme Sniper Americano narra a história de Chris Kyle (Bradley Cooper em brilhante atuação), um sniper que luta bravamente ao longo de quatro missões no Iraque, protegendo a vida de seus colegas de guerra e do povo americano. Totalmente ligado ao campo de batalha e com memórias dolorosas de companheiros que se perderam ao longo do caminho, o retorno de Kyle para o ambiente familiar embora prazeroso se torna um tanto traumático, já que muito do que ele vivenciou no país do Oriente Médio vai acompanhá-lo pelo resto de seus dias. American Sniper, 2014, 2h13m. Dirigido por Clint Eastwood, com Bradley Cooper, Siena Miller e Kyle Gallner.

Constantine

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Nota: 7,8/10 Acho que não haveria alguém melhor para interpretar este papel do que o foi Keanu Reeves. O personagem John Constantine caiu-lhe como uma luva, e ele conseguiu trazer todo o seu carisma e criatividade artística para a tela. Depois de John Wick, é o meu papel favorito dele. Dirigido por Francis Lawrence ( Eu Sou a Lenda ), Constantine  equilibra ação, fantasia e elementos de terror sem desapontar. Tem muitos filminhos de exorcismo por aí que não tem nem metade das cenas bem produzidas que vemos neste longa. Na minha opinião, não chega a realmente dar medo devido a temática do filme, que não foca tanto no terror mas em surpreender o espectador, e é tudo muito ousado e bem-feito.   John Constantine (Keanu Reeves) é um exorcista e ocultista experiente que é procurado pela policial Angela Dodson (Rachel Weisz) para solucionar porque sua irmã gêmea se suicidou, aparentemente sob influência de forças sobrenaturais. Conforme Constantine entra mais a fundo no caso, ele acaba por de

Ben-Hur (1959)

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Nota: 8,5/10 Pelo ano em que este épico atemporal foi gravado, ele com certeza estava a frente de sua época. A superprodução contou com um investimento grandioso, o maior orçamento dos cinemas até então, que incluiu milhares de animais e cerca de 10 mil figurantes. Todo esse esforço combinado ao belo roteiro, cenário e figurino acabaram consagrando-o como um dos mais oscarizados da história: ao todo, levou 10 estatuetas, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante. O enredo é mesmo cativante: cheio de aventura e emoção, e tendo como pano de fundo a vida de Cristo, é uma experiência cinematográfica obrigatória. Suas 3 horas e meia de projeção não tiram nenhum pouco do brilho da obra, muito pelo contrário. O tempo é muito bem utilizado e a trama ganha uma estrutura que não seria possível caso fosse menor. Embora a versão mais recente desse clássico se conte em apenas 1 hora e meia, temos filmes totalmente diferentes. O original se apega mais a parte dram

O Grande Hotel Budapeste

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Nota: 7,2/10 O Grande Hotel Budapeste é uma comédia diferenciada, esperta e cheia de classe encabeçada pelo britânico Ralph Fiennes e dirigida por um queridinho da crítica especializada: Wes Anderson. Admito que não sou um grande apreciador do trabalho do diretor, mas este aqui eu gostei. O modo como ele conta suas histórias é totalmente diferente do que estamos acostumados, e além da quantidade de cores que vemos em tela, sua criatividade também é anormal.  Comandado por Gustave H. (Ralph Fiennes), o Grande Hotel Budapeste é um popular resort europeu dos anos 30. Gustave se certifica de oferecer um serviço de alto padrão a cada um de seus hóspedes, em todos os quesitos. Mas quando um assassinato ocorre dentro do hotel, Gustave se torna um dos principais suspeitos. Enquanto busca provar sua inocência, o homem acaba por conhecer e se afeiçoar por um jovem lobista, que irá impactar totalmente sua trajetória dali em diante.  The Grand Budapest Hotel, 2014, 1h39m. Dirigido por Wes Anderso

Seven: Os Sete Crimes Capitais

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Nota: 9,8/10 A obra-prima de David Fincher capta com atenção a atmosfera dos filmes de detetive, colocando os parceiros policiais lado a lado enquanto tateiam por provas, encontram pistas enigmáticas, e se defrontam com o desejo claustrofóbico de descobrir quem está por trás dos assassinatos. A construção da trama é lenta, mas em nenhum momento cansativa, já que Morgan Freeman e Brad Pitt manejam seu tempo em tela com muita naturalidade, fazendo com que o longa se torne extremamente prazeroso de assistir para os amantes de um bom suspense. O desfecho é impressionante, e é a cereja do bolo para o fiel espectador.  Na trama, Somerset (Freeman) é um detetive com poucos dias antes de sua aposentadoria, que recebe um caso de homicídio para investigar junto com um novo parceiro, Mills (Pitt). Conforme outras mortes vão acontecendo, os dois percebem que o assassino mata de acordo com os pecados capitais, e embora sempre deixe pistas nas cenas do crime, sua genialidade é tamanha que não será t

Kingsman: Serviço Secreto

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Nota: 7,5/10 O talentoso diretor Matthew Vaughn já havia provado em Kick-Ass: Quebrando Tudo  e  X-Men: Primeira Classe  que sabe entreter o público como ninguém. Neste Kingsman ele entrega um filme de ação teen com uma pegada cômica, sem perder a classe. A escolha acertada de Taron Egerton para o papel principal é um dos maiores acertos. O ator rouba a cena e para mim é um dos jovens prodígios que Hollywood revelou nos últimos anos.  Gary 'Eggsy' (Egerton) é um garoto pobre de Londres que possui habilidades físicas e lógicas inatas, possuindo o perfil ideal para fazer parte de uma organização secreta de espionagem, que o recruta para que ele possa ajudar a parar um perigoso gênio da tecnologia (Samuel L. Jackson) que planeja um ataque global.  Kingsman: Serviço Secreto é aquela historinha de sempre a qual estamos acostumados, porém com algo a mais. Você vivencia toda a sofisticação, arsenal e requinte dos Kingsman, grupo secreto britânico do longa, enquanto transita pelas toma

Freaky - No Corpo de um Assassino

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Nota: 7,3/10 Misturar terror e comédia nem sempre dá certo. Caso a trama não empolgue, um pode acabar atrapalhando o outro. Então fazer uma comédia de terror não é tão fácil quanto parece. Os realizadores devem saber o que estão fazendo. Em contrapartida, também existem aqueles típicos filmes de terror que foram feitos para serem levados a sério, mas que tem mortes tão ridículas que arrancam risos ao invés de assustar. Freaky - No Corpo de um Assasino se trata da mistura consciente do terror com comédia. E funciona muito bem ao entreter e prender a atenção do espectador. Do mesmo diretor de A Morte te Dá Parabéns , que se tornou sucesso de bilheteria, Freaky acerta logo de cara ao colocar um comediante que tem despontado em alguns filmes mais sérios para fazer o assassino em questão: Vince Vaughn. O ator consegue assustar mas também fazer rir ao mesmo tempo, e o papel lhe caiu como uma luva. O elenco de apoio composto por jovens talentosos também funciona bem, e o roteiro é bem montado