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Mostrando postagens de 2022

O Telefone Preto

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Nota: 8/10 Não posso esconder o quanto admiro Ethan Hawke.  Também preciso dizer que a produtora Blumhouse, responsável pelo filme, raramente decepciona. Mas, voltando a falar de Ethan, o considero extremamente genuíno, e um dos melhores de sua geração.  Pra mim, ele é o tipo de ator que consegue deixar bom um filme medíocre, e excelente um filme regular. Confesso que reprovei algumas escolhas de roteiro de O Telefone Preto, como a maneira rasa com que foi retratado um pai abusivo e principalmente o fechamento do longa, mas mesmo assim o coloco entre os melhores exemplares de terror em 2022, muito devido a qualidade de atuação que Hawke entrega aqui. A história é cativante, para mim o filme é um delicioso misto de Super 8 e It - A Coisa . A similaridade com It , no entanto, é explicada até como uma homenagem do autor ao lendário escritor de terror e criador do palhaço Pennywise: Stephen King, já que Joe Hill, escritor do livro que O Telefone Preto é adaptado, é filho do cultuado auto

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

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Nota: 9,5/10 Eu gosto de filmes que incomodam. Que fazem você sentir um misto de emoções na cadeira.  Gosto daqueles filmes que, se você não se der uma chance de terminá-lo, pensará que é um grande fiasco. Mas, ao se permitir concluí-lo, perceberá que é uma das melhores experiências cinematográficas que já presenciou.  São poucos os filmes que despertam algum desses sentimentos em mim, e menos ainda os que conseguem despertar todos eles, ao mesmo tempo. Definitivamente,  Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo entra no rol dos poucos longas a conseguir tal façanha.  Que obra, meus amigos. Um misto de ação frenética, drama e ficção-científica.  Vamos, primeiramente, falar de multiverso. Marvel que me desculpe, mas aqui temos uma verdadeira tentativa de se explicar um multiverso. Você irá se surpreender com o filme que, na minha opinião, melhor consegue descrever o que seria um. Quanto a história em si, ela é apenas um pano de fundo para se falar de família. Para se falar do que realmente tem

Minions 2: A Origem de Gru

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Nota: 7/10 Uma coisa é certa ao assistir Minions 2: o filme não foca nos Minions. O grande protagonista aqui realmente é Gru, e seu sonho de se tornar o maior vilão de todos os tempos. Mas achei que a animação teve boas doses de comédia e trilha sonora, divertiu e passou a lição que as animações bem-feitas sempre nos trazem.  No filme, conhecemos um jovem de 12 anos chamado Gru: uma criança um tanto diferente das outras, que tem como seus ídolos um grupo de supervilões de sua época chamado "Vicious 6". Querendo se unir a eles, Gru elabora um plano para fazer parte do grupo, mas as coisas acabam não acontecendo exatamente como o planejado, e Gru acaba se tornando um inimigo mortal do grupo ao roubar algo precioso que lhes pertencia.  Agora, Gru vai precisar da ajuda de seus fiéis seguidores, os Minions, para escapar dos supervilões e resolver problemas ainda maiores. Extremamente divertido e com referências muito bacanas, Minions 2 é, sem dúvida, uma das animações mais agradáv

No Ritmo do Coração

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Nota: 8/10 A AppleTV+ tem sido o serviço de streaming que tem me agradado mais do que todos os outros, por estar muito focado em qualidade acima de quantidade. Com certeza isso se deve muito ao fato da manutenção do nome da marca, que possui um certo status em torno de si. O conteúdo da plataforma tem sido grandemente elogiado por onde passa, e os festivais e prêmios de cinema tem começado a ter cada vez mais títulos da plataforma, o que gera visibilidade. O que é interessante é que a Apple não parece tão preocupada em divulgar maciçamente seu streaming, ao menos, aqui no Brasil. Mas a despeito disso, alguns excelentes conteúdos têm rompido a bolha e despontado como grandes sucessos de público e crítica, como as séries  Ted Lasso , Reverence , e o ganhador do Oscar de melhor filme de 2022, No Ritmo do Coração . Este belo filme celebra a diversidade, e ganha seu merecido Oscar num esforço que a academia tem tentado fazer há alguns anos por toda a injustiça que fizeram no passado, deixa

Hotel Transilvânia 4: Transformonstrão

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Nota: 7,5/10 Confesso que quando soube da existência deste filme, pensei: "Nossa, mais um? Hollywood é gananciosa demais, por favor encerrem as coisas depois de uma trilogia, continuam a utilizar a mesma fórmula até estragar!" Mas também não posso mentir que tive uma grata surpresa e que eu e minha esposa nos divertimos bastante com o filme. Achamos, inclusive, melhor que o terceiro, que foi "acusado" de ser infantil demais (ué, mas filmes de animação não tem que ser infantis? Vai entender as pessoas...) Produzido pela Amazon Prime Video, que tem conseguido acertar a mão em algumas continuações (como a sequela de Borat ), o Drácula (Brian Hull, youtuber que imita vozes e substituiu Adam Sandler) passa por uma crise existencial onde quer largar tudo: abrir mão do hotel e desembarcar numa aventura com sua amada, Ericka Van Helsing (Kathryn Hahn). Contudo, ele sente medo de entregar as chaves do seu célebre empreendimento para a filha, Mavis (Selena Gomez), o que signi

A Visita

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Nota: 7,2/10 Em A Visita ,   o notório diretor M. Night Shyamalan ainda dá vestígios de sua genialidade e qualidade como roteirista que, para muitos (exclusivamente para a crítica especializada), está adormecida há alguns anos, e foi se desgastando ao longo de suas películas. A grande obra-prima da carreira de Shyamalan é, sem dúvida, "O Sexto Sentido", seu primeiro grande sucesso. De lá pra cá, os fãs da sétima arte e profissionais da área vem questionando seu talento, cada vez mais céticos de que o diretor vá emplacar outro grande sucesso. A trilogia completa de Corpo Fechado , que incluiu o elogiado  Fragmentado e o fechamento em  Vidro foi um lampejo de que ainda existem cartas na manga, mas longe de agradar tanto assim.   Neste filme de 2015, conhecemos a história de dois irmãos, Becca (Olivia DeJonge) e Tyler (Ed Oxenbould, pra mim este rapaz foi a grande surpresa e a cereja do bolo: uma atuação fantástica), que são "despachados" de trem pela mãe para passar a

2001: Uma odisseia no espaço

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Nota: 8/10 Recentemente, enquanto assistia a uma série de ficção-científica de 2021 com efeitos visuais sofríveis, fiquei me perguntando como Stanley Kubrick conseguiu fazer o que fez e com os recursos que dispunha nos anos 60, e tive que, de uma vez por todas, me render a esta que é a maior obra-prima do cultuadíssimo diretor e quiçá o melhor filme de ficção-científica já feito. 2001 é uma película reflexiva, para ser vista e revista a fim de que seja possível captar sua poderosa mensagem. A fotografia, a exuberância e majestade das cenas, a trilha sonora épica, todas estas características unidas fazem com que o roteiro cativante possa encontrar um confortável abrigo. O filme inicia com um misterioso monólito preto chegando à Terra ainda na pré-história. Milhares de anos depois, uma equipe de astronautas é enviada para Júpiter com o intuito de descobrir as origens do estranho objeto, a bordo de uma moderna nave comandada por um computador com inteligência artificial chamado HAL. O gr

Bela Vingança

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Nota: 7,2/10 Carey Mulligan definitivamente mereceu e poderia ter ganho o Oscar por sua atuação, mas foi na categoria de melhor roteiro original que o filme levou sua estatueta para casa. E é pelas viradas de roteiro, principalmente pelo final, que na minha opinião foi um dos melhores desfechos que já assisti, que Emerald Fennell, que além de dirigir também assina o roteiro, mereceu a conquista. Achei o desenvolvimento do filme lento, com transições entre o suspense, comédia e drama não muito empolgantes, mas o final me pegou por completo. Fez o filme ser digno de ser assistido. Por isso que continuo sendo um ferrenho defensor do "assista até o final antes de dar sua opinião". Cassie (Mulligan) é uma mulher extremamente inteligente, que tinha uma vida muito promissora, mas simplesmente não "decolou". Ela já está na casa dos trinta e poucos anos, trabalha numa pequena cafeteria de sua cidade e devido a traumas do passado pratica uma espécie de caça a homens machistas

Ataque dos cães

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Nota: 7,8/10 A grande aposta da Netflix para o Oscar de 2022 é um filme muito bem realizado, um faroeste nada convencional com fotografia invejável, enredo metafórico e uma atuação de gala de Benedict Cumberbatch. Quem já conhece e admira o ator por outros grandes trabalhos como O Jogo da Imitação e o seriado Sherlock Holmes , vai se impressionar aqui. A entrega desmedida de Cumberbatch ao papel pode presenteá-lo com a estatueta de melhor ator. Na trama, conhecemos Phil Burbank (Benedict Cumberbatch), um fazendeiro rude e selvagem que destrata todos ao seu redor, inclusive seu irmão, George (Jesse Plemons), a quem se considera superior. A crueldade só se intensifica quando George resolve se casar com uma bela moça, Rose (Kirsten Dunst), mãe do jovem Peter (Kodi Smith-Mcphee). A partir daí, passamos a conhecer mais de perto a personalidade de Phil, e algo extremamente inesperado começa a acontecer.  The Power of the Dog, 2021, 2h06m. Dirigido por Jane Campion, com Benedict Cumberbatch,