Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

Nota: 9,5/10
Eu gosto de filmes que incomodam.
Que fazem você sentir um misto de emoções na cadeira. 
Gosto daqueles filmes que, se você não se der uma chance de terminá-lo, pensará que é um grande fiasco. Mas, ao se permitir concluí-lo, perceberá que é uma das melhores experiências cinematográficas que já presenciou. 
São poucos os filmes que despertam algum desses sentimentos em mim, e menos ainda os que conseguem despertar todos eles, ao mesmo tempo.
Definitivamente, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo entra no rol dos poucos longas a conseguir tal façanha. 
Que obra, meus amigos. Um misto de ação frenética, drama e ficção-científica. 
Vamos, primeiramente, falar de multiverso.
Marvel que me desculpe, mas aqui temos uma verdadeira tentativa de se explicar um multiverso. Você irá se surpreender com o filme que, na minha opinião, melhor consegue descrever o que seria um.
Quanto a história em si, ela é apenas um pano de fundo para se falar de família. Para se falar do que realmente tem valor para nós. De como estamos utilizando nosso tempo que, quando menos esperarmos, chegará ao fim neste plano mortal.
Agora, vamos falar de atuações. 
Michelle Yeoh (O Tigre e o Dragão) está estonteante neste que, provavelmente, é o melhor trabalho de sua carreira. Todos estão bem no elenco principal, incluindo o ator que interpreta seu marido, mas ela está simplesmente um patamar acima. 
Na trama conhecemos Evelyn Wang, uma mulher que imigrou da China para os Estados Unidos quando jovem, ao lado de seu companheiro, Waymond (Ke Huy Quan), na esperança de um futuro melhor. 
Fato é que Evelyn talvez se encontre numa crise de meia-idade e sinta que sua vida caiu na mesmice: ela é dona de uma lavanderia em decadência que enfrenta dificuldades para manter o aluguel em dia, tem uma filha rebelde que acaba de revelar que está se relacionando com outra moça (e ela se preocupa em como o avô da garota irá digerir a informação), e, como se não bastasse, começa a colocar em cheque se ainda sustenta os mesmos sentimentos pelo marido, o homem que é casada há tantos anos.
Quando tudo parecia caminhar para um final desastroso, o inesperado acontece: Evelyn se envolve involuntariamente num universo paralelo onde conhece diferentes versões de si mesma, e descobre que precisará conectar cada uma delas para impedir alguém que pretende prejudicar a harmonia do multiverso: o que causará um estrago irreparável em todas as realidades.
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é para mim o melhor filme do ano. Num ano que, na minha opinião, bons filmes voltaram a figurar nos cinemas, esse se destacou pela criatividade, ousadia e pelo forte apelo emocional atrelado a comédia inteligente. 
Lembrando novamente o que escrevi no início, caso decida assistir ao filme, vá até o final. 
Se desistir antes e não se der essa chance, provavelmente perderá uma oportunidade única.

Everything Everywhere All at Once, 2022, 2h19m. Classificação indicativa: 14 anos. Dirigido por Dan Kwan e Daniel Scheinert, com Michelle Yeoh, Stephanie Hsu e Jamie Lee Curtis.



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