No Ritmo do Coração

Nota: 8/10
A AppleTV+ tem sido o serviço de streaming que tem me agradado mais do que todos os outros, por estar muito focado em qualidade acima de quantidade. Com certeza isso se deve muito ao fato da manutenção do nome da marca, que possui um certo status em torno de si.
O conteúdo da plataforma tem sido grandemente elogiado por onde passa, e os festivais e prêmios de cinema tem começado a ter cada vez mais títulos da plataforma, o que gera visibilidade.
O que é interessante é que a Apple não parece tão preocupada em divulgar maciçamente seu streaming, ao menos, aqui no Brasil. Mas a despeito disso, alguns excelentes conteúdos têm rompido a bolha e despontado como grandes sucessos de público e crítica, como as séries Ted Lasso, Reverence, e o ganhador do Oscar de melhor filme de 2022, No Ritmo do Coração.
Este belo filme celebra a diversidade, e ganha seu merecido Oscar num esforço que a academia tem tentado fazer há alguns anos por toda a injustiça que fizeram no passado, deixando a premiação "menos branca" e mais inclusiva, em todos os sentidos. 
Na trama de No Ritmo do Coração, que pra quem não sabe é um remake de um longa francês de 2014, chamado A Família Beliér, conhecemos uma família surda, com exceção da filha caçula, Ruby (Emilia Jones), a protagonista da história. Eles vivem uma vida simples e o pai (Troy Kotskur, que fez história ao ser o primeiro homem surdo a ganhar o Oscar) põe a comida na mesa por meio de seu trabalho como pescador.
Os pais e o filho mais velho, por compartilharem da mesma condição, conseguiram criar um afeto e uma ligação maior, fazendo involuntariamente com que a filha se sinta desconectada ou num grande abismo dentro de seu próprio lar.
Ruby, que tem uma linda voz, decide começar a cantar no coral da escola e começa a receber oportunidades para crescer e aprimorar seu talento, demandando mais tempo do que os horários em que passa fora de casa para estudar, o que começa a atrapalhar a programação de sua família, que decidiu na mesma época começar a empreender e criar um peixaria, após o município impor pesados tributos aos pescadores locais.
Os pais de Ruby acreditam que ela só quer cantar como um ato de rebeldia adolescente, porque seus familiares não podem ouvi-la e ela só quer fazer algo para que não precise contribuir no novo negócio da família. Mas tudo o que Ruby realmente quer é também encontrar o seu lugar no mundo e ser feliz, como ela sente que seus familiares são, a despeito do preconceito que sofrem. 
Belo filme que roubou a cena no Oscar 2022 (só não roubou mais do que o infeliz tapa de Will Smith em Chris Rock), com boas atuações e também com a presença de Eugenio Derbez, que não faz aqui nenhuma interpretação fora do normal, mas gosto de citar que está aqui pois é um ator que sou muito fã. Recomendo!

Coda, 2021, 1h51m. Classificação indicativa: 14 anos. Dirigido por Sian Heder, com Emilia Jones, Marleen Matlin e Troy Katskur.  

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