Monty Python em Busca do Cálice Sagrado
O que acontece quando você pega a lendária história do Rei Arthur, a mistura com o humor surreal, inteligente e totalmente escrachado do grupo Monty Python, e adiciona um orçamento tão baixo que os cavalos são substituídos pelo som de cocos batendo? Você tem uma das comédias mais cultuadas e influentes da história do cinema.
Lançado em 1975, Monty Python em Busca do Cálice Sagrado é o ápice da irreverência e do anarquismo cômico que o grupo já havia aperfeiçoado em sua série de TV, Monty Python's Flying Circus. A trama, se é que podemos chamar assim, segue o Rei Arthur (Graham Chapman) e seus Cavaleiros da Távola Redonda – Sir Lancelot, Sir Galahad, Sir Robin e Sir Bedevere – em uma missão divina: encontrar o Santo Graal.
A partir dessa premissa épica, o filme se torna uma sucessão de esquetes geniais e hilárias, que subvertem todas as convenções dos filmes de época e da própria narrativa cinematográfica. Somos apresentados a momentos icônicos como o Cavaleiro Negro imortal que se recusa a desistir mesmo sendo completamente desmembrado, os arrogantes e zombeteiros Guardas Franceses, o Coelho Assassino de Caerbannog e o debate sobre andorinhas e a velocidade aérea sem carga.
O que eleva o filme de uma simples coleção de piadas a uma obra-prima da comédia é sua audácia em quebrar a quarta parede e misturar anacronismos com o cenário medieval de forma caótica e brilhante. Os membros do Python se revezam em múltiplos papéis, demonstrando uma versatilidade cômica impecável. A direção de Terry Gilliam e Terry Jones é inventiva, usando o baixo orçamento a seu favor para criar um mundo visualmente excêntrico.
Monty Python em Busca do Cálice Sagrado é mais do que apenas um filme de comédia; é uma sátira mordaz sobre a mitologia, a autoridade, a religião e a própria estrutura narrativa. Sua influência pode ser sentida em inúmeras comédias que vieram depois. Para quem aprecia um humor que desafia o senso comum e abraça o absurdo com inteligência, este é um clássico imperdível que continua tão fresco e engraçado hoje quanto era há décadas.
Monty Python and the Holy Grail, 1975. Duração: 1h31m. Classificação: 18 anos. Dirigido por Terry Gilliam e Terry Jones, com Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones e Michael Palin.

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