Fome de Poder


Nota: 8/10
Anos 50. Ray Kroc (Michael Keaton) é um vendedor ambicioso que fareja uma boa oportunidade há milhares de quilômetros, e adora assumir riscos a fim de faturar com isso. Tendo entrado num novo negócio de mixer de milk-shakes, Ray começa a sofrer com a queda brusca de vendas próximo de seu aniversário de cinquenta anos. 
No entanto, um restaurante no interior da Califórnia encomenda subitamente oito de suas máquinas. Intrigado com a enorme quantidade solicitada, Ray resolve entregá-las pessoalmente, e se depara com uma pequena lanchonete administrada por dois irmãos humildes e dedicados. 
Apesar de modesta, o movimento gigantesco e o inteligente modelo de negócio chamam sua atenção: não havia lugares para as pessoas se sentarem, era "pegar e sair", o menu era bem simples se resumindo a hambúrgueres, fritas, sucos e milk-shake, e tudo ficava pronto em menos de um minuto. Os dois irmãos haviam trabalhado com todo o afinco para que sua lanchonete reduzisse custos e tempo de preparo das refeições, sendo realmente um modelo promissor para a época.
Enxergando mais uma oportunidade para mergulhar fundo, Kroc consegue convencer os irmãos a se tornar um sócio do restaurante, se tornando o responsável por angariar franqueados em outros pontos do país.
O que começa com Kroc ganhando direitos exclusivos para vender franquias do restaurante, começa a se tornar num sério problema quando suas ideias sobre mudar ingredientes da fórmula bem-sucedida para se tornar mais popular, e outros aspectos sempre mais pensados no lucro do que na qualidade são colocadas em pauta.
Um filme a ser assistido por pessoas que atuam com vendas, que sonham empreender, que desejam conhecer a lição de alguém que venceu pela persistência. Fome de Poder nos mostra que com ambição, uma pitada de ousadia, tolerância a riscos e uma boa dose de transpiração e determinação, é possível alçar voos muito maiores do que se possa imaginar, e até mesmo trazer ao mundo uma das maiores redes de franquias de fast-food já vistas: o McDonald's, que, já era dito pelo visionário Ray Kroc em suas palestras de negócios, não está no ramo de hambúrgueres e sim no ramo imobiliário, que é a grande sacada da organização e de onde ela retira seu maior lucro.
Temos aqui uma direção segura e precisa de John Lee Hancock, que procurou mostrar todas as facetas de Kroc, renunciando a retratar uma pessoa perfeita como às vezes nos deparamos em algumas produções biográficas, que procuram tornar tudo lindo e cheiroso demais, quando afinal todos somos imperfeitos e retratos pobres como estes carecem de autenticidade.

The Founder, 2016, 1h5mm. Dirigido por John Lee Hancock (Um Sonho Possível), com Michael Keaton, Linda Cordelini e Patrick Wilson.

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